Gravidez e Parkinson: Perguntas e respostas essenciais

12 setembro 2025
Gravidez e Parkinson: Perguntas e respostas essenciais

A gravidez traz consigo questões complexas para mulheres com Parkinson, ainda pouco exploradas pela ciência. Embora faltem respostas definitivas, especialistas têm reunido experiências clínicas e casos individuais que ajudam a orientar decisões.

Nesta série de 10 pontos, destacamos o essencial do artigo Pregnancy and Parkinson’s Disease: What Clinicians Need to Know (MDS, 2025):

  1. Questões mais comuns

    • Posso engravidar com segurança?

    • O meu filho pode herdar a doença?

    • Como a gravidez afeta os meus sintomas?

    • O que acontece com a medicação durante a gestação?

    • Posso amamentar?

  2. Segurança da gravidez
    Ainda não existem dados científicos robustos. No entanto, há relatos que mostram que engravidar é possível, desde que haja acompanhamento médico próximo.

  3. Herança genética
    Alguns casos de Parkinson são genéticos, mas são menos frequentes. A avaliação deve ser feita por um médico geneticista.

  4. Sintomas durante a gravidez
    Não existe evidência sólida. Em alguns casos documentados, os sintomas permaneceram estáveis, sobretudo em mulheres com Estimulação Cerebral Profunda (DBS).

  5. Medicação durante a gravidez

    • Mais seguro: Levodopa (com carbidopa ou benserazida).

    • Usar com cautela: agonistas da dopamina, inibidores da MAO-B, anticolinérgicos.

    • Evitar: Amantadina (associada a malformações e inibição da lactação).

  6. Sintomas não motores

    • Obstipação: bisacodilo, lactulose e macrogol são seguros.

    • Náuseas/vómitos: domperidona e ondansetrom.

    • Refluxo: inibidores da bomba de protões.

    • Ansiedade/depressão: alguns antidepressivos podem ser usados (evitar paroxetina).

  7. DBS e gravidez
    Casos documentados mostram gestações seguras. Algumas mulheres suspenderam a medicação sem agravamento dos sintomas.

    • Rever a bateria antes da gravidez.

    • Desligar a estimulação no parto.

    • Ajustar programação se necessário.

    • Amamentação: não há contraindicações conhecidas.

  8. Importância da equipa multidisciplinar
    A gravidez já implica mudanças físicas e emocionais. No caso do Parkinson, estas podem agravar fadiga, ansiedade, sono e mobilidade. É essencial um acompanhamento conjunto de neurologistas, obstetras, psicólogos, fisioterapeutas e outros especialistas.

  9. O que falta saber

    • Como a gravidez afeta a evolução do Parkinson.

    • Como a doença impacta a gravidez e o bebé.

    • Qual a real segurança de muitos medicamentos.

    • Projetos como o PregSpark registry estão a recolher dados para criar orientações mais sólidas no futuro.

 

Fonte:
Pregnancy and Parkinson’s Disease: What Clinicians Need to Know – International Parkinson and Movement Disorder Society (2025).

Artigo completo disponível aqui: http://bit.ly/4pCkeQD