Diogo Vieira da Fonseca, 45

Diagnosticado há 14 anos

Sintomas, Diagnóstico e Evolução

Quais os primeiros sinais que fizeram pensar que alguma coisa diferente se passava?

Foi um tremor na minha mão esquerda.

Pode descrever sucintamente o processo até obter o diagnóstico, dizendo quanto tempo terá demorado?

Sim, foi um processo demorado, cerca de 2 anos. Desvalorizei todos os pequenos sintomas que ia tendo e, quando fui visto por um médico, já tinha quase a certeza que iria ser diagnosticado  com a doença de Parkinson.

O que sentiu quando o médico lhe comunicou que tinha Parkinson?

Honestamente, já foi há tanto tempo que não me lembro.

Que explicações médicas recebeu sobre o facto de lhe ter sido diagnosticada esta doença?

Poucas. Lembro-me do médico dizer que na minha idade era um caso raro.

As consultas médicas regulares dão-lhe as respostas/orientação que precisa?

Ajudam no acerto da medicação.

Desde que foi diagnosticado, que evolução vê nos sintomas e no estado geral da sua saúde?

Ao fim de 15 anos, continuo a fazer tudo aquilo que fazia e, a nível físico, estou melhor que nunca.

 

Assimilação, Reação & Reorganização

Como foi o seu processo de assimilação da notícia?

Demorou. Mas não há volta a dar, o Parkinson vai acompanhar-me para o resto da vida.

Quanto tempo demorou até contar à sua família e pessoas mais próximas e como se sentiu depois de o fazer?

Demorei algum tempo, senti-me mais apoiado.

Principais mudanças que fez na sua vida, desde que sabe que tem Parkinson

Por imposição da doença: que tipo de medicação faz? Faz algum tipo de exercício físico especial no dia-a-dia? Fez alterações nas rotinas ou nos planos familiares/profissionais?

Neste momento, estou a tomar 10 comprimidos ao longo do dia. Em relação ao exercício, faço o que me dá gozo e tento variar ao máximo o tipo de desporto que pratico.

Por sua iniciativa, com vista a uma melhor qualidade de vida: evitar situações de stress? Criar rotinas com família/amigos? Alterações do dia a dia profissional?

Evito ao máximo as situações de stress. Mudou tudo, tive que me reinventar várias vezes ao longo deste tempo todo.

Que projetos gostaria de concretizar nos próximos anos?

Dar a cara por uma doença de que toda a gente já ouviu falar, mas sabe pouco acerca dela.

 

Integração: de Parkie para Parkie

O que diria a alguém que tenha acabado de receber o diagnóstico?

Que podia ser pior.

O que acha que faz mais falta na comunidade, em termos de informação e de acompanhamento, para se sentir mais segurança e tranquilidade a viver com Parkinson?

Mais informação de qualidade e um apoio maior da parte do Estado.

Se na sua zona de residência houvesse um centro onde pudesse conversar, ter orientação psicológica, praticar exercício específico para pessoas com Parkinson Precoce, assistir a sessões de esclarecimento, etc, consideraria uma mais valia e teria interesse em participar?

 Sem dúvida. 100% disponível.

O que gostaria de acrescentar? Ter Parkinson não é uma fatalidade.

Apenas mais um obstáculo para passar nesta aventura chamada vida.